Em depoimento à Delegacia Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente (Deddica), Antônio Carlos de Oliveira Bernardo, acusado de ter tentado atacar uma criança no banheiro da Igreja Bom Despacho, em Cuiabá, disse não ter tocado no menino, que teria gritado ao se assustar com a aparência do morador de rua.
Conforme informações da Polícia Civil, o andarilho afirmou que frequenta a comunidade porque sempre lhe dão comida e peças de roupa. Ele contou que lavava as mãos no banheiro externo da igreja, quando a criança entrou, abriu a porta de um dos boxes (área de sanitários) e se assustou ao ver o suspeito próximo à pia, em palavras do mesmo, provavelmente “por sua aparência suja”.
[featured_paragraph]O caso aconteceu no último domingo (05), durante a missa das 11 horas. Um vídeo mostra o suspeito entrando no banheiro em que a criança estava e, mais tarde, um acólito retirando a criança do local.[/featured_paragraph]
Antônio disse à polícia que teria tentado acalmar o menino, mas sem tocar nele, e, nesse momento, o coroinha entrou no local e retirou a criança do banheiro. O suspeito afirmou já ter passado por cinco internação psiquiátricas.
Nessa quarta-feira (08), Antônio foi agredido por populares da Praça Ipiranga, possivelmente por causa das acusações. A Polícia Militar foi acionada e descobriu que ele era o suspeito do caso com a criança e o prendeu.
Conforme a Polícia Civil, as declarações do suspeito serão confrontadas com demais atos de investigação, oitivas de testemunhas e familiares, imagens das câmeras de segurança e exame psicossocial que será realizado no menino.
Aviso na igreja
Preocupado, o padre Kleberson Paes de Silva registrou um boletim de ocorrência na segunda-feira (06). Em um áudio, o sacerdote pediu que todos passem a tomar cuidado com as crianças nas igrejas, em especial na Bom Despacho
“Devemos tomar muito cuidado, desde os pais acompanharem os filhos ao banheiro, não deixarem ficar correndo sozinhos no pátio. Eu peço a vocês, seja ministros, acólitos, leitoras, esse cuidado com o ambiente, em relação aos coroinhas e as leitorinhas. Pelo amor de Deus, queridos acólitos, acompanhem os coroinhas até o banheiro. Nunca deixem eles sozinhos”, disse o padre.
