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Amamentar pode ser difícil

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Amamentar pode ser difícil

Há algumas semanas, fez sucesso na internet a foto de uma senadora australiana que passava uma moção enquanto amamentava seu bebê no Parlamento. A imagem, comovente, fez com que eu quisesse mergulhar no assunto. Pensei no mito que existe sobre a amamentação: o de que é fácil, natural e universal.

Não é verdade.

Meu filho nasceu nos Estados Unidos, um lugar que, há 15 anos, oferecia uma lata de leite em pó para todas as mães ainda na maternidade, assim como kits de mimos para o bebê, todos patrocinados por empresas de alimentação artificial. Não sei se isso continua, mas acredito que sim. Como os EUA só oferecem dois meses de licença-maternidade — e não remunerada — acho que muitas mães consideram que seja mais prático acostumar a criança com leite em pó desde os primeiros dias.

Não julgo.

Para mim, amamentar ou optar por dar leite em pó não é pré-requisito para uma mulher se tornar boa ou péssima mãe. Nosso papel vai muito além disso. É muito mais complexo, profundo e abrangente do que esse tema.

É verdade que a Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida, já que esse alimento contém tudo o que o bebê precisa no início da vida, além de proteger contra doenças, cólicas, infecções e até obesidade. Mas, se por alguma questão uma mãe escolher a mamadeira logo de cara, quem sou eu para opinar?

Falo experiência própria.

A amamentação não veio naturalmente para mim. Doía muito, meu bico rachou, sangrou. Pensei em desistir muitas vezes. Cheguei até a dar mamadeira por alguns dias, mas persisti. Lutei, chorei, segurei a dor e consegui. Contei com a ajuda de bico artificial, de uma expert em amamentação que vinha em casa para me orientar (nunca tinha ouvido falar sobre isso antes). E tive muita determinação. Se não fosse isso, teria desistido.

Meu conselho? Faça o que seu coração mandar. Amamentar é lindo, é saudável, é prático e é barato. Além de ser uma oportunidade única de ligação com seu bebê. Mas, se você tentou e não conseguiu, tudo bem. Sei que pode ser difícil. E saiba que isso não determinará seu futuro como mãe.

 

Assinatura Debora Nunes

 

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