O terceiro atentado contra mais um juiz, dentro do Poder Judiciário, sofrido na tarde desta segunda-feira (1), levou a Associação Mato-grossense dos Magistrados (Amam) a cobrar novas providências para a segurança dos magistrados. Em nota emitida nesta terça-feira (2), a entidade considerou que os agentes públicos estão cada vez mais em risco iminente contra sua vida, situação que classificou como “inadmissível”.
Conforme a Amam, os casos de agressões contra magistrados são “ataques à democracia e ao livre exercício da profissão do magistrado” e, por isso, a entidade considera que a segurança dos servidores e do próprio Fórum precisa ser prioridade do Poder Judiciário.
Entre as medidas solicitadas pela associação está a implantação de detectores de metal, principalmente os manuais, e maior presença da Polícia Militar nas dependências das comarcas. A entidade também se colocou à disposição do Tribunal de Justiça (TJMT) para estudar possíveis soluções para estabelecer maior segurança aos profissionais.
O caso
Na tarde de segunda-feira, depois de encerrar uma audiência no Fórum de Vila Rica (1.250 km de Cuiabá), o juiz Carlos Eduardo de Moraes e Silva, acabou baleado no ombro depois que Domingos Barros de Sá, que respondia por homicídio qualificado, invadiu a sala portando uma arma escondida. Inicialmente, ele discutiu com um promotor de Justiça, mas o magistrado interveio e acabou atingido. Já o agressor acabou morto dentro do Fórum, atingido por policiais militares, que revidaram a agressão.
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Conforme a assessoria do Tribunal de Justiça, o juiz foi levado para o Pronto-Socorro da cidade e, posteriormente, encaminhado para um hospital em Palmas (TO). Ele iria passar por cirurgia, mas o procedimento não foi necessário e ele recebeu alta na manhã desta terça-feira. O projétil permanece alojado em seu corpo.
Depois do caso, o presidente do TJMT, o desembargador Rui Ramos se colocou à caminho da comarca, a fim de manter contato com o magistrado. Este foi o terceiro atentado contra juízes em menos de um mês, conforme registrou o LIVRE. A reportagem divulgou vídeos de duas das ocorrências.