Alvo da Operação Sangria, o Grupo Prox, formado pelas empresas Prox Participações, Proclin e Qualycare, anunciou na quarta-feira (16) que em menos de dez dias irá encerrar suas atividades em Mato Grosso. Com a decisão, famílias de pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) já se preocupam e alegam que assistência já começa a faltar nesta quarta-feira (23).
Os casos mais preocupantes dizem respeitos aos serviços de home care, prestados pela Qualycare. Ao LIVRE, a mãe de um paciente revelou que o filho já não está mais recebendo atendimento e nem insumos hospitalares.
“Nos disseram que os pacientes serão hospitalizados, mas ainda estão em casa e estão ficando sem assistência, aqui já suspendeu tudo, oxigênio, medicação”, afirmou.
Acontece que, com o encerramento das atividades da empresa, que presta serviço ao Governo do Estado, os pacientes atendidos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) voltam à responsabilidade dos órgãos públicos.
Para a decisão de encerrar as atividades em 31 de janeiro, o grupo culpa justamente o poder público. “O grupo está com seu fluxo de caixa completamente comprometido, fato gerado pela inconstância e pelo atraso nos pagamentos devidos pelo poder público, o que tem causado diversos transtornos”.
Por meio de nota, o grupo diz ainda que o pagamento dos credores e colaboradores será feito na medida em que o poder público efetuar os repasses atrasados às empresas.
“Sangria”
A Operação Sangria investiga supostas irregularidades que teriam sido cometidas em processos licitatórios e contratos firmados entre o Governo do Estado e a Prefeitura de Cuiabá com as três empresas que formam o Grupo Prox. De acordo com as investigações, a suposta organização criminosa teria o intuito de monopolizar a saúde do Estado.
Na segunda fase da operação, deflagrada em dezembro do ano passado por obstrução à justiça e coação no curso do processo, chegou a ser preso o ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Huark Douglas Correia, acusado de ser o líder da “organização”.
Além dele, entre os alvos estavam três médicos, um gerente de licitação, um coordenador financeiro e funcionários das empresas prestadoras de serviços médicos hospitalares.
Outro lado
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) confirmou que o governo já foi informado sobre o fechamento da empresa, mas garantiu, por meio de nota, que não haverá a interrupção do serviço de atendimento hospitalar em domicílio aos pacientes atendidos pela empresa Qualycare.
De acordo com a assessoria, a Pasta já iniciou processo licitatório para novas contratações e, se necessário, poderá fazer uma contratação emergencial do serviço.
Atualizada às 9h50.