Política

Ex-aliado diz não temer operação: “Quem tem que temer é Taques, se não for reeleito”

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Ex-aliado diz não temer operação: “Quem tem que temer é Taques, se não for reeleito”
Ex-presidente da Ager, Eduardo Moura, foi alvo de busca em abril (Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

O ex-presidente da Agência Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Ager) Eduardo Moura (PSD) afirmou que não teme a operação da Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz) que investiga fraudes na concessão das linhas de ônibus em Mato Grosso. Ele foi alvo de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira (25).

“Eu não tenho nada a temer. Não tenho medo de nada. Quem tem que temer é o governador, se não for reeleito”, disparou, em entrevista coletiva antes de entrar no prédio da Defaz, em referência ao foro do governador Pedro Taques (PSDB) no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Questionado sobre o que o governador deve temer, ele foi evasivo. “Todos têm, né. É difícil ter um governo que não tenha nada a temer”, desconversou.

Na sequência, ele disse que tem amigos com problemas judiciais. “Pessoas por quem eu ponho as duas mãos no fogo, que tiveram problemas depois que deixaram o cargo público. Porque você pode, às vezes, assinar uma coisa… não necessariamente são pessoas que não são honradas. Conheço pessoas sérias que foram presidente do Banco Central, ministro da Fazenda, e tiveram problemas”, disse.

Moura disse ter recebido com estranheza o fato de ter sido alvo de busca e apreensão apenas dois dias depois de assinar a carta dos dissidentes, elencando motivos para desembarcar do governo e não apoiar a reeleição de Taques. “Se é reflexo de uma carta que eu assinei anteontem, não sei. É o estilo Pedro Taques de fazer política. Mas eu espero que não seja [reflexo]”, declarou. “É tão recente que me custa a crer que seja. Mas não me espantaria se fosse”, completou.

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Segundo o ex-presidente, as investigações abrangem o período do governo Silval Barbosa, que delatou ter recebido R$ 6 milhões das empresas concessionárias do transporte intermunicipal. “Nenhum secretário ou presidente de autarquia do atual governo foi investigado por problemas da gestão Silval. Me espanta que eu esteja sendo, dois dias depois de assinar uma carta porque não apoiarei Pedro Taques. Agora, o espanto me cabe”, disse.

Questionado se via a operação como retaliação de Taques à carta, ele repetiu que estranhou ter sido alvo. “Não estou dizendo que foi ele. Eu não posso acusar. Me causa estranheza porque houve indícios de corrupção na Sinfra, na Setas, com a ex-primeira-dama Roseli, na Secretaria de Cidades. Eu não me lembro de nenhum secretário do atual governo ter sido investigado por supostas corrupções ocorridas no governo Silval. Então é curioso”, analisou.

“Eu assumi a Ager em 2016. Durante minha gestão, não dei nenhuma concessão, pelo contrário, cortei algumas. Então não estou entendendo o que é que eu estou fazendo nesse processo”, disse.

Moura assinou, em conjunto com mais 30 ex-aliados de Taques, uma carta aberta listando motivos para não apoiar a provável candidatura à reeleição do tucano. “Estou voltando para o lugar de onde eu vim. Esse movimento em que estamos elegeu Taques senador em 2010 e governador em 2014. Quem apartou do movimento, não seguiu os ideais do movimento, quem não continua no movimento, que eu saiba, é só o governador”, disparou.

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