A semana foi rica em exemplos de superação. Enquanto a Copa do Mundo mostrava a garra e luta da seleção da Croácia, o planeta inteiro acompanhava com ansiedade o resgate dos meninos Javalis Selvagens, presos em uma caverna inundada na Tailândia.

País pequeno, apenas 56 mil quilômetros quadrados de território, com pouco mais de 4 milhões de habitantes, a seleção Croata era a preferida da grande maioria dos povos que acompanhavam a Copa do Mundo. Era a torcida pelo mais fraco que buscava um título inédito contra a poderosa França. Além do exemplo de garra, de luta, de superação em busca do seus sonhos, a Croácia deu ao mundo a chance de conhecer a sua Presidente, Kolinda Grabar-Kitarović, exemplo de austeridade, de amor ao seu país. Kolinda deu exemplo de uso do dinheiro público que muito bem poderia ser seguido, não só pelos políticos, mas também de membros da administração pública no Brasil e aqui, na terra de Rondon: custeou todas passagens aéreas e hospedagem do seu próprio bolso, além de mandar descontar do seu salário os dias faltantes. O mundo aplaudiu.

[featured_paragraph]Os 12 meninos e o técnico do time Os Javalis Selvagens, foram, também, grandes protagonistas na semana que passou. Presos em uma caverna inundada na Tailândia por mais de duas semanas, foram encontrados num lance de sorte pela equipe de buscas e isso se transformou na maior operação de resgate já ocorrida na história. Voluntários de diversos países para lá se deslocaram e conseguiram um verdadeiro milagre: salvaram todos, à exceção de um ex-mergulhador que deixou o seu trabalho para contribuir na quase impossível tarefa.[/featured_paragraph]

Aqui, pelos nossos lados, os exemplos não são tão edificantes. Chegando à reta final para o fechamento das alianças para disputar as eleições deste ano, o que se assiste é a construção, de lado a lado, de verdadeiros monstros. Num tempo em que o desânimo toma conta do eleitor, onde se vê misturarem alhos com bugalhos, companheiros com inimigos e cada um olhando para o seu próprio umbigo. Ninguém está preocupado em mudar nada do que aí está. Preocupam-se, sim, com a busca ou manutenção de poder não importa a que preço.

No Brasil as coisas não são diferentes: as alianças que estão sendo formadas nessa reta final dão a exata dimensão de que nosso sistema político-eleitoral está literalmente falido. Partidos só servem para garantir tempo de televisão e grana, muita grana para os “donos” das agremiações partidárias. A coisa é tão maluca que lidera o processo um presidiário, condenado, que afundou o Brasil com sua gestão desastrosa quando Presidente da República que governou por 8 anos e elegeu sua sucessora, com resultados ainda piores.

Não há mais como “levar de barriga”. Nesta semana já começarão a ser publicados os editais de convocação para as Convenções e, depois dela, nada mais poderá ser mudado. A menos de 20 dias do prazo final, ainda existem dúvidas sobre quem serão aqueles que se enfrentarão na disputa. Wellington, que começou formando a melhor chapa de candidatos nas proporcionais, ainda hoje, pela falta de uma atitude mais firme durante todo esse tempo, além de ver saírem pelos vão dos dedos os aliados que lhe davam sustentação no início da corrida. MDB e PSD já mudaram de lado. Isso significa perda preciosa de tempo de TV e grana do Fundo Partidário. E ainda resta a dúvida no meio de seus mais próximos aliados se ele não fará como fez Mauro Mendes, no pleito de 2016,  desistindo na última hora de concorrer à Prefeitura de Cuiabá e deixando partidos e aliados perdidos como baratas tontas, sendo obrigados a improvisar, como foi a  escolha de Wilson Santos, que não havia se preparado para isso.

Nas bandas do DEM, a coisa não é muito diferente: além de estarem construindo uma aliança Frankenstein, pelo que se lê no noticiário, juntam-se a antigos adversários históricos, como o MDB, para a busca da vitória. Repetem alianças que já se mostraram desastrosas no passado, acreditando que, desta vez, será diferente. Mauro Mendes, pela própria história política não é nada confiável. Atingido no calcanhar, adia a cada semana o anúncio de sua candidatura para desespero dos seus aliados e que temem – e muito – mais uma desistência de último minuto, deixando a missão de enfrentar Taques a Otaviano Pivetta.

[featured_paragraph]O governador segue sua trajetória. Assiste à formação das chapas adversárias, torcendo para que elas possam justificar, de novo, o seu discurso da moralização trazendo o ex-governador Silval Barbosa para disputa, buscando enxovalhar os seus ora adversários.[/featured_paragraph]

A novidade, por enquanto, é o Procurador Mauro, um profissional em disputas eleitorais, que agora se apresenta para levar uma fatia grande dos votos, embora não seja dada a ele a esperança de eleição.

E assim chegamos à ultima semana de articulações. Serão, nos minutos finais, cada vez mais frenéticas e gerarão ainda muitas emoções. Como afirmei em artigos anteriores, o caldeirão ferve cada vez mais e os temperos recusam-se a se harmonizar. Aguardemos mais um pouco, pois.

*Ricarte de Freitas
Advogado, analista político e ex-parlamentar estadual e federal

 

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