A 2 meses do fim do prazo para oficialização das candidaturas nas eleições deste ano, lideranças do PSDB em Mato Grosso consideram legítimo o projeto de reeleição do governador Pedro Taques, mas são categóricos ao ressaltar a necessidade de um árduo trabalho de articulação para formar um arco de alianças que viabilize o projeto.
O deputado estadual Guilherme Maluf, por exemplo, acredita que o momento é de olhar para frente e construir um novo grupo político. “Não adianta analisar o porquê da perda de uma guerra, temos que concretizar uma nova aliança e pensar o novo projeto. Não é possível reeditar a mesma aliança, até mesmo porque os atores são diferentes”, disse, numa referência à dissidência de inúmeros ex-aliados de Taques no último pleito.
Segundo o parlamentar, o partido quer trabalhar para que a reeleição do governador aconteça de uma forma natural, embora saiba das dificuldades. “Sabemos que uma reeleição é muito difícil no momento atual, mas entendemos que há condições. Tem que ser construído um novo grupo político. O governador já conseguiu algumas alianças e deve conquistar outras para viabilizar o projeto”.
Até o momento, dentre os partidos que devem apoiar à reeleição de Taques estão o PSB, presidido no Estado pelo deputado estadual Max Russsi, o PPS, comandado regionalmente pelo deputado Marcos Marrafon, e o Solidariedade, sob o prefeito de Rondonópolis, José Carlos do Pátio, em Mato Grosso.
Para o deputado federal e pré-candidato ao Senado pelo PSDB, Nilson Leitão, o momento é de discutir menos candidatura e mais Governo. “E isso que ele está fazendo. Quem está no Governo tem que governar e quem está fora do Governo tem que contraditar para tentar tomar o lugar dele. A candidatura do governador é legitima, ele tem direito de ir à reeleição, ele quer ser candidato e não tem nada para contrariar ou contrapor isso. O projeto tem que ser construído até as convenções, cuja data limite é 5 de agosto”.
Leitão ainda cobrou diálogo e paciência por parte do governador para formar a aliança. “O diálogo é o ponto alto da política. Quando não dá certo, é pela falta de diálogo. O diálogo é natural e não existe excesso. Agora é hora de sentar e conversar com todo mundo. É tempo de diálogo e muita paciência e quem está no Governo tem que redobrar essa paciência”. Uma das principais críticas dos ex-aliados de Taques, é a falta de diálogo do governador.
No último sábado, Taques disse, em evento de lançamento da sua pré-candidatura em Cáceres que, durante a campanha, irá revelar as razões pelas quais aliados de primeira hora na campanha de 2014 pularam fora do seu governo. No mesmo evento, ele negou estar isolado politicamente.