Mato Grosso

Hospital Municipal de Cuiabá é inaugurado com alfinetadas em Mauro e tumulto de vereador

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Hospital Municipal de Cuiabá é inaugurado com alfinetadas em Mauro e tumulto de vereador
(Foto: Ednilson Aguiar/O Livre)

Dia 28 de dezembro, noite da última sexta-feira do ano, com várias autoridades ausentes, tumulto provocado por um vereador e apenas uma ala em funcionamento, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), inaugurou o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), que leva o nome do médico Leony Palma de Carvalho e irá abrigar o novo Pronto-Socorro da Capital.

Em seu discurso, que durou mais de 30 minutos, o emedebista enalteceu aqueles que ajudaram na construção da obra, criticou decisões equivocadas, alfinetou o ex-prefeito de Cuiabá e futuro governador, Mauro Mendes (DEM), e falou da importância da nova unidade.

Ele foi impedido pelo Tribunal de Contas de transferir a gestão do novo hospital à Empresa Cuiabana de Saúde Pública – e pela Justiça de dar continuidade à transferência dos serviços do atual Pronto-Socorro para a nova unidade até que apresente um Plano Diretor do modelo de gestão que será implantado. Sendo assim, a obra foi inaugurada apenas com o setor ambulatorial, com sete especialidades médicas, pronto para funcionar.

“A iniciativa do HMC tem sido posta em dúvida por alguns setores da opinião pública. Sobre sua inauguração e a operação de mudança do atual Pronto-Socorro se fizeram ouvir, até agora, palavras vãs, erros de apreciação grosseiros e, principalmente, demonstração que revelam total desconhecimento da magnitude de tamanho efeito”, reclamou o prefeito, assegurando que irá dialogar e reverter as decisões.

(Foto: Ednilson Aguiar/O Livre)

Emanuel Pinheiro também destacou que, quando assumiu a prefeitura, como sucessor de seu ex-aliado Mauro Mendes, muito pouco havia sido feito. “A obra estava praticamente paralisada há meses devido a vários problemas, era um esqueleto de concreto. Sentimos a necessidade do agir, troquei o comodismo do não fazer pelas tribulações do realizar”.

Depois, disse ter convidado o ex-prefeito para a inauguração inúmeras vezes, sem sucesso. “Sonhamos juntos esse sonho em 2012, ele lançou, levou até 25% e não conseguiu continuar por diversos problemas que acontecem numa gestão, mas tirar o nome de Mauro dessa obra é ser covarde e injusto com a história”, amenizou.

O emedebista também não poupou elogios ao governador Pedro Taques (PSDB), de quem, ao contrário de Mauro, é ex-adversário político, e fez questão de ressaltar que o tucano repassou, na tarde desta sexta-feira, os R$ 10 milhões que faltavam por parte do Governo do Estado para a obra, cumprindo o compromisso – de R$ 50 milhões – assumido.

Despedida de Pedro Taques

A três dias de entregar o cargo, Taques aproveitou o momento para fazer uma breve retrospectiva sobre a unidade de saúde e também alfinetou o sucessor, ao falar sobre o convênio para repasse de R$ 82 milhões do Fundo Estadual de Saúde para o Fundo Municipal de Saúde de Cuiabá, em 30 parcelas mensais de R$ 2,73 milhões, para apoio no custeio da obra. O convênio, firmado entre o Estado e a prefeitura, foi suspenso nesta semana pelo Tribunal de Contas, a pedido do futuro gestor.

“A prefeitura não tem condições de bancar o hospital sem o Estado, por isso firmei o convênio, que agora está suspenso pelo Tribunal de Contas. A saúde não se resolve só com o Município: precisa do Estado e precisa da União”, pontuou.

O tucano ainda assegurou que deixa a gestão de cabeça erguida. “Saio com mais cabelos brancos, mais paciência, morando de aluguel e com carro financiado, graças a Deus, porque a política é para resolver os problemas do cidadão e não para ficar rico”, afirmou.

Barraco parlamentar

Quando o vereador e presidente eleito da Câmara de Cuiabá, Misael Galvão (PSB), deu início ao seu discurso em nome da Casa de Leis, foi interrompido pelos gritos do colega de Parlamento Abílio Junior (PSC). Filmando com o celular, ele dizia que a obra estava inacabada e que a inauguração era uma fraude. Abílio acabou sendo retirado do local pelos seguranças e, em protesto, chegou a se jogar no chão. Em seguida, foi a uma delegacia registrar um Boletim de Ocorrência.

Em seu discurso, Emanuel Pinheiro não citou nomes, nem se referiu diretamente ao ocorrido, mas ironizou: “Quero agradecer a todos os vereadores de Cuiabá. Esses vereadores equilibrados emocionalmente, equilibrados por Cuiabá. Vereadores que jogam para dentro, ciscam para dentro, são convergentes e representam a verdadeira safra de grandes representantes do povo cuiabano”.

O prefeito ainda emendou: “Não vamos fechar nenhuma unidade, estamos pensando no futuro, indo além do que a vista rasa pode enxergar. Estamos abrindo uma nova unidade e o atual Pronto-Socorro, quando eu completar a transferência, em 8 de abril do ano que vem, vai se transformar em materno-infantil em lei de retaguarda”.

Ausências

Inicialmente, a presença do presidente da República Michel Temer (MDB) no evento estava confirmada, mas a agenda foi cancelada no início desta semana. Temer foi representado pelo ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Valter Casimiro. Também não estava presente, além de Mauro Mendes, o ministro da Agricultura Blairo Maggi (PR).

O republicano, por sua vez, gravou uma mensagem, que foi exibida no telão durante o discurso de Emanuel Pinheiro. “Fico feliz em ser instrumento de ligação entre Cuiabá e o presidente. Essa é uma obra maravilhosa, que tenho certeza que vai ajudar e muito Cuiabá e todo Mato Grosso”, disse Maggi.

Dentre as autoridades que prestigiaram o evento estavam o senador por Mato Grosso Wellington Fagundes (DEM), o deputado federal Carlos Bezerra (MDB), o senador eleito Jayme Campos (DEM), sua esposa e prefeita de Várzea Grande, Lucimar Campos (DEM), o deputado estadual Alan Kardec (PDT), além de vereadores e secretários municipais.

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