Investir no desenvolvimento da economia local e obter mais qualidade nos produtos que vão à mesa dos hóspedes estão entre as diretrizes do Hotel Mato Grosso Águas Quentes. Atualmente, cerca de 30 sitiantes estão cadastrados e atendem a unidade, conforme a necessidade do empreendimento e a oferta de produtos.
Além de verduras e hortaliças, mandioca, carne de porco, frango caipira e ovos veem dos arredores, onde estão diversas comunidades rurais. Tudo chega fresquinho, cheio de sabor e ainda em condições de ficar mais tempo armazenado, o que reduz o desperdício.
Segundo o gerente do hotel, Fábio Oberty Fávero, parte dos produtos tem uma qualidade superior ao encontrado no mercado em Cuiabá. Tanto que quando há disponibilidade, realiza-se uma compra maior, que é distribuída pela própria logística da rede hoteleira para as outras unidades.
Conforme Fávero, outra preocupação do hotel é pagar um preço justo e condizente com o mercado. Desta forma, a rentabilidade do agricultor acaba sendo maior do que quando usa de atravessadores para comercializar o produto.
Oportunidades aos vizinhos
O gerente do hotel, Fábio Oberty Fávero, diz que o estreitamento das relações com os moradores é algo que a empresa preza. Um exemplo prático está na predileção por se contratar as pessoas que moram nas proximidades, o que transformou o quadro de funcionários. Hoje, 60% da equipe é formada por gente da região.
Assim, muitos conseguiram melhorar a renda, se manter na área, conquistar mercado para os produtos agrícolas e até mesmo evitar o êxodo dos jovens.
Também há intensos diálogos sobre questões relativas à preservação do Parque Estadual de Águas Quentes e o resultado está no serviço de monitoramento da área, principalmente no que diz respeito à caça e extração de madeira ilegal.
Quem participa da corrente
Clóvis Dalbello é um dos fornecedores do hotel. Ele fazia entregas de hortaliças e cheiro verde (salsa, coentro, cebolinha) três vezes por semana. A primeira entrega era na segunda-feira, com 20 pés de folhas e a quantidade ia subindo até que, no final de semana, o consumo chegava a 60 pés.
O sítio dele fica a cerca de 3 quilômetros do hotel, o que facilita a entrega. O restante da produção do agricultor é entregue aos atravessadores, que buscam os produtos para vender na Central de Distribuição, no Jardim Industrial, em Cuiabá.
“Eles [o hotel] nos ajudam porque pagam melhor. Lá, eu também consigo buscar cascas de frutas, que uso como adubo, e o resto de comida, usada na alimentação dos porcos”, relata.
Atualmente, Dalbello está com o plantio de hortaliças parado por conta dos incêndios florestais e da seca. Ele está esperando o volume de água no córrego aumentar para retomar a produção.
Contudo, a plantação de mandioca, considerada uma das melhores da região, e a criação de porcos seguem a todo vapor. Ele esclarece que a grande diferença da raiz colhida na terra dele é a espécie.
Junto aos técnicos da Embrapa, ele conseguiu ramas da espécie camanducaia, que é melhor que a liberato, comumente plantada em Mato Grosso. Como a produção tem irrigação, há mandioca o ano inteiro e, independente do clima, ela se mantém sequinha e em qualidade para qualquer tipo de prato.
Da propriedade de Delbello, o hotel costuma adquirir mandioca, carne de porco e ovos, além da hortaliça.
Serviço
O Hotel Mato Grosso Águas Quentes está localizado na Serra de São Vicente, a 85 km de Cuiabá. O empreendimento fica no meio do Parque Nacional de Águas Quentes.
O local tem piscinas normais, naturais com águas termais e ainda uma série de atrações com contato direto com a natureza.