A falta de entrega de fertilizantes e defensivos agrícolas afetam a produção de agricultura em Mato Grosso e pode elevar o preço dos alimentos. Empresas exportadores suspenderam o envio e já começaram a cancelar contratos com brasileiros.
O coordenador das políticas econômicas da Aprosoja de Mato Grosso, Tiago Stefanello Nogueira, diz que em alguns setores o atraso de encomendas está em cinco semanas e a tendência é que a postergação se prolongue.
“Os lotes que estavam previstos para setembro passaram para o início de outubro, os que estavam previstos para o início de outubro passaram o fim, e calculamos que serão empurrados para o início de novembro; fora os contratos que já foram cancelados”, afirmou.
Segundo ele, o atraso tem afetado a produção de hortaliças, soja, milho, algodão e de hortifruti. Os motivos seriam problemas nos países de origem da produção de defensivos e fertilizantes e a alta do frete marítimo, puxado pela alta do dólar.
“Os problemas são gerados por furacão nos Estados Unidos que atrasou a produção, a falta de material por causa da paralisação na pandemia [do novo coronavírus] e a alta do dólar das últimas semanas que elevaram o preço do frete marítimo”, afirmou.
Stefanello diz que o frete antes na faixa de US$ 1,2 mil, entre a China e o Brasil, passou para US$ 12 mil dólares e já chegaram a US$ 13 mil.
O efeito da situação, segundo ele, para consumidor final ainda é incerto. Mas, o histórico indica que atrasos prolongados em safras podem gerar escassez de alimentos e consequente alta dos preços.