Uma pesquisa publicada no Lancet Child and Adolescence Health Journal, conduzida por psicólogos, revela: a adolescência pode durar até os 24 anos. Outra especialista, Dr. Darryl Cross, aposta que vai até os 28 anos.

Agora sim, tudo faz sentido.

Isso explica minha indecisão, aos 17 anos, ao escolher uma profissão para sempre, sem a mínima experiência de vida.

Isso explica por que, aos 22 anos, entre ficar num emprego fazendo perguntas para os outros ou desbravar o mundo, optei pela segunda opção e tentei encontrar as respostas sozinha.

Explica meu prolongado desejo de experimentar diversos caminhos, profissionais e amorosos, porque achava que era muito cedo para me firmar em uma única rota.

De verdade, o novo estudo não justifica minhas escolhas. Sou responsável por cada uma delas, certas ou erradas. Mas minha longa imaturidade pode trazer um aprendizado: o de que devemos ter mais calma com nossos jovens. Não empurrá-los para a vida adulta com tanta pressa.

Amadurecer à força pode dar certo, claro. Mas também pode ser catastrófico.

Jogamos nossos filhos para uma vida adulta, apenas para que entrem na faculdade aos 17 anos e terminem com 20. Para quê? Apenas para colocar um adolescente num mercado de trabalho frio e competitivo? Apenas para o jovem ficar tão esgotado que joga o pouco que conseguiu para o alto logo no início?

Deveríamos ter tempo de trabalhar em alguns lugares antes de fazer nossa escolha profissional, como fazem os norte-americanos.

Deveríamos ter todas as universidades oferecendo um currículo base para a área que queremos seguir (Humanas, Exatas e Biológicas), mas só decidir a profissão final nos últimos anos, mais maduros.

Deveríamos incentivar nossos filhos a tirar um ano sabático para conhecer um pouco outros países, outras culturas, outras línguas.

Sim, eles têm que ser adultos, mas precisam experimentar, errar e viver intensamente a adolescência. Quer ela termine aos 19, aos 24 ou 28 anos. Sem pressa.

 

Assinatura Debora Nunes

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