O escritório do advogado Diogo Egídio Sachs, em Cuiabá, foi alvo da segunda fase da Operação Falso Negativo, deflagrada nessa terça-feira (25) pelo Ministério Público do Distrito Federal.
Membros do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) cumpriram mandado de busca e apreensão de documentos do sócio no escritório, o advogado Grione Marana.
O MP afirma que Grione Marana faria parte do grupo de empresas importadoras que teriam fraudado mais de R$ 30 milhões na compra de teste para a covid-19 em licitação da Secretaria de Saúde do Didtrito Federal.
Documentos e computador foram apreendidos durante a ação. Mas, segundo Grione Marana, a implicação de seu nome na investigação pode também ter sido outra causa.
Ele diz que, pelas informações que possui até o momento sobre o caso, sua empresa pode ter sido usada para dar “aspecto de legalidade” à fraude cometida.
Ele é sócio da empresa Marana Service, que recebeu habilitação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para comprar equipamentos médicos no exterior e revender no Brasil.
O advogado afirmou que a investigação encontrou uma proposta de sua empresa nos documentos componentes da licitação no Distrito Federal. E que teria sido o único contato formal.
Contato
A aproximação indireta com as empresas investigadas na Falso Negativo teria ocorrido nas semanas de pico de contágio da covid-19 no Distrito Federal. Segundo ele, representantes de trades o teriam procurado para negociar a importação de testes da China.
“Eles perguntaram se podia fazer o registro junto à Anvisa para receber a liberação de compra internacional. Fiz uma proposta e enviei para as trades, mas nunca recebi o retorno e imaginei que, se não houve retorno, não havia interesse em fechar o negócio. Esse foi o contato”, afirmou.
Antes, a empresa já estava em processo de atendimento ao Distrito Sanitário de Cuiabá. A entrada na concorrência teria sido impulsionada pela oferta de empresários de financiar o primeiro contrato para receber pagamento com juros.
“O plano era começar com uma demanda pequena, que no caso era o Distrito Sanitário, para depois passar a um contrato maior. O contato com as trades fez o plano B saltar para o plano A, mas não foi concluído porque não houve retorno. E os empresários que tinham feito a oferta menor também desistiram”, afirma o advogado.