O drama de Daiane dos Santos teve fim na manhã dessa segunda-feira (21), após a intervenção de uma advogada no caso. Ela buscava a destinação adequada para um feto, ao ter sua gravidez interrompida na 18ª semana de gestação.
O imbróglio se deu após a família receber de volta o material retirado da mãe. “Eu fiquei muito assutada e extremamente triste quando percebi que devolveram meu “filho” morto em um potinho, pensei que ele teria uma destinação adequada”, disse.
Sensibilizada com o drama da família, a advogada Andreia Rofim decidiu intervir, acompanhando a mãe até o laboratório na tentativa de resolver a situação.
“A minha única preocupação no momento era sanar o drama desta mãe cuja dor não consigo dimensionar. Na verdade, o que fizemos foi a contratação do serviço de biópsia para posteriormente dar descarte do material. O serviço foi contratado, porém, após uma conversa com a proprietária, foi nos concedido uma cortesia do serviço”, disse a advogada.
A profissional lembrou que é mãe de três filhas, sendo uma recém-nascida. “Entendo totalmente a dor desta mãe”.
À reportagem, a proprietária do laboratório Luigui, Neiva Paim, confirmou o recebimento do feto e a contratação do serviço. “Eu não posso simplesmente descartar o material que não é de propriedade do laboratório. Para este descarte, é necessário a realização do exame e contratação do serviço. Tenho que realizar estes procedimentos sob pena da lei”, explicou.
Questionada sobre as tentativas anteriores de Daiane em devolver o feto, Neiva alegou desconhecer o fato. “Se qualquer pessoa perguntar para os meus funcionários se descartamos fetos, eles responderão que não, porque simplesmente é ilegal. Nós temos em nosso acervo materiais de mais de cinco anos que não podemos nos desfazer. Quando fui informada sobre o estado psicológico da mãe, concedemos a cortesia dos serviços”, ressaltou.