Turismo

Adolescentes trocam festa de 15 anos por intercâmbio: cursos de idiomas são os mais procurados

5 minutos de leitura
Adolescentes trocam festa de 15 anos por intercâmbio: cursos de idiomas são os mais procurados

Um grupo de estudantes de Mato Grosso se uniu em torno de um sonho: fazer intercâmbio durante as férias. A maioria é menina, estuda Ensino Médio em escolas de Cuiabá e trocou a simbólica festa de 15 anos pela viagem. Entre os destinos preferidos estão: Inglaterra, Canadá e Austrália.

Um levantamento realizado pela Belta Brazilian Educational apontou que em 2017, o setor de intercâmbio cresceu em torno de 23% no Brasil. Mesmo com o crescimento da procura por uma graduação fora do país, os cursos de idioma são mais requisitados. Entre os estudantes, 39,2% estudaram uma segunda língua no exterior, principalmente inglês e espanhol.

Comunicativa e alegre, Maria Eduarda Uhdre Rios, 15, estava ansiosa para a sua primeira estadia sozinha longe dos pais e do outro lado do mundo. Pensando na carreira, ela optou por um curso de três semanas de inglês na Inglaterra, na famosa universidade Oxford, e depois uma semana de turismo na França. Ela e outras sete adolescentes embarcaram em Cuiabá no dia 05 de janeiro e retornam no final do mês.

Maria Eduarda optou por curso de idioma na Universidade de Oxford, na Inglaterra

“Vamos intercalar passeios com estudo e turismo. Estou muito animada, pois eu sei que será inesquecível. Quando surgiu a ideia, não pensei duas vezes em deixar a festa de lado para viajar. Claro que meus 15 anos não passaram em branco, mas, conhecer uma nova cultura, novos lugares e me virar sozinha não tem preço”, afirma a estudante.

Ana Beatriz Fragato e Clara Letícia Ávila, 15, são colegas de escola e conseguiram convencer os pais a deixá-las a viajar juntas. “Na verdade, vamos em três da mesma turma, o que de certa forma dá mais tranquilidade às famílias e pra nós será uma grande aventura”, diz Ana. “Sem dúvida o investimento dos nossos pais terá mais retorno que uma festa”, avalia Clara.

Hospedagem na casa de família nativa

Aos 16 anos, Julia Borges Barbero foi um pouco mais ousada e escolheu cruzar o oceano para viver uma experiência de três semanas em Sydney, na Austrália, e uma semana em Auckland, na Nova Zelândia. Foram mais de 15 horas de voo, mas ela não se intimidou. O embarque ocorreu no início de janeiro, com hospedagem na casa de uma família nativa.

“Estamos planejando há mais de cinco meses, meu roteiro inclui curso de inglês, passeios turísticos, culturais e atividades de ecoturismo, porque adoro a natureza. Já estive nos Estados Unidos com a família, mas agora estarei sozinha, o que dá medo, mas sei que dará tudo certo”, disse, muito ansiosa.

A mãe dela, Lucélia Borges, 46, funcionária pública que mora em Tangará da Serra, ficou muito com a viagem, pois tem certeza que a Julia voltará mais madura e confiante. “Minha filha mais velha, Amanda, hoje com 18, passou quatro meses em Vancouver, no Canadá, e foi a melhor experiência da vida dela. É um dinheiro muito bem aplicado e se for colocar na ponta do lápis, sai mais em conta que uma festa ou mesmo anos de cursinho de inglês no Brasil”.

Mesmo não sendo uma troca pelos seus 15 anos, Elisa Magri, 17, que acabou de concluir o 3º ano do Ensino Médio em Mirassol D’Oeste (200 km ao noroeste da capital), explica que os pais quiseram que ela vivesse a experiência fora do país antes de iniciar a faculdade. “Como eu já terminei meu curso de inglês, vai ser muito interessante colocar tudo que aprendi em prática e ainda conhecer novos lugares, novas culturas”. Ela conhece os EUA, mas é a primeira vez que vai à Europa e que viaja sozinha.

Turbinando o currículo

Apesar de serem em menor quantidade, os rapazes também buscam intercâmbio. Nikolas de Mello, 24, vai pela segunda vez ao Canadá, a primeira foi apenas para um curso de férias. Agora, já formado em Economia pela UFMT, quer ‘turbinar’ o currículo e ingressou a partir deste mês no Programa Coop Business, que é uma espécie de MBA com duração de um ano em Toronto. “Vou me aprofundar em matérias afins ao meu curso, voltadas à área financeira e business”.

A mãe dele, Cristina Mello Aleixes Quirino, 52, funcionária pública, diz que o investimento é importante porque vai propiciar ao jovem fazer estágio ou mesmo ingressar no mercado de trabalho canadense, onde há grandes empresas nesta área. “Vai ser muito importante também para ele aprender a se virar sozinho, ter seu próprio espaço, cuidar de si mesmo e ter mais responsabilidades. Fico tranquila por se tratar de um país de primeiro mundo com melhor educação, saúde e segurança”.

O mesmo avalia os pais de Álvaro Nascimento Campos, 17, estudante do 3º ano do Ensino Médio que quer fazer Medicina, mas não sabe se virar sozinho se precisar morar longe dos pais, por isso os pais, Magda e Cleverson Campos, ficaram animados com a viagem no programa de férias. “Vão ser 30 dias de imersão em inglês, além disso, vai proporcionar mais autonomia a ele, que nunca viajou sozinho. Estamos confiantes que ele voltará mais maduro e pronto para encarar o ensino superior”, diz a mãe.

Mãe de Álvaro, Magda aposta no crescimento da maturidade do filho com a experiência; ele fará curso de inglês

Também há oportunidades de viagens de estudos para famílias, casais e até pessoas idosas que queiram fazer intercâmbio. Nesses cursos, o estudante tem a opção de combinar o aprendizado do idioma com visita a empresas locais, turismo, empregos não remunerados, hobbies, como culinária, fotografia, design e empreendedorismo ou mesmo trabalho voluntário.

(Colaboração de Rose Domingues)

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes