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Adolescente raspa a cabeça e faz promessa pela cura da irmã que luta contra câncer

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Adolescente raspa a cabeça e faz promessa pela cura da irmã que luta contra câncer

Longos cabelos negros cacheados moldavam o rosto de Beatriz Oliveira até o último dia 19 de setembro, data em que a adolescente de 14 anos raspou a cabeça e fez uma promessa pela cura da irmã mais nova, Heloísa, que desde os dois aninhos luta contra um câncer no cérebro.

Era manhã de quarta-feira (19)  quando a mãe Meire saiu de Lucas do Rio Verde com destino a Cuiabá. Em mais uma consulta de rotina com um oncologista da pequena Helô, o resultado de um ressonância mostrou o aparecimento de um novo tumor, dessa vez na vértebra C-6.

“Foi um choque. Ficamos em pânico. O tumor da cabeça havia diminuído, mas esse novo não esperávamos”, disse a mãe.

Ainda em Cuiabá, Meire deu a triste notícia para o marido Valdete e para a primogênita, Beatriz. Ao ver a tristeza dos pais e sabendo da difícil luta que sua pequena irmã teria que enfrentar novamente, Bia se sentiu determinada e colocou em prática um antigo desejo: raspar a cabeça como prova de amor.

“Muitas vezes eu pensava em fazer isso. Porque eu via isso como um gesto de amor, mas nunca tive coragem. Com a notícia eu decidi raspar minha cabeça. Primeiramente por amor a Jesus. Depois, por amor à minha irmã”, revelou a adolescente.

Bia não agiu sozinha. Para o feito ela contou a ajuda de uma amiga. Kalita era quem tinha a “maquininha” para aparar os fios. As duas se encontraram na casa de Kalita e começaram o trabalho, mecha por mecha, Bia foi se desfazendo de toda a vaidade de uma garota de 14 anos, do 9º Ano. “Estou me sentimento muito diferente, mas é um diferente bom”, garantiu.

Beatriz: minha irmã entendeu que foi por amor a ela, pela sua cura, pelo seu milagre

Uma terceira jovem, Rute Natália de Oliveira Costa, que frequenta a mesma igreja de Bia tomou frente e havia raspado a cabeça um dia antes, na terça-feira (18). A coragem de Rute tocou o coração de Bia, e de outras meninas e meninos da Igreja do Evangelho Quadrangular. Todos fazem parte do grupo de jovens “GR”, que quer dizer  Geração Referencial, conduzidos pelos pastores Kelio Rocha e Kesller Rocha.

Ao todo, 21 jovens rasparam a cabeça, acrescentando suas intenções pessoais em cada entrega de cabelo feita. Afinal, para que servem os melhores amigos?

Irmãs de alma

“Quando a Helô passou a ficar direto em Cuiabá, a Bia começou a dormir lá em casa. Nossas famílias se aproximaram. Hoje tenho elas como irmãs. Antes de fazer isso, consultei meus pais, que me deram todo o apoio, pois também amam nossa pequena Helô”, explicou Rute.

A jovem disse ainda que ficou nervosa no momento em que foi raspar a cabeça, mas foi passageiro. “É um cabelo, e isso é só vaidade. Cabelos crescem e era esse o desejo que eu tinha em meu coração. O importante é que entreguei meu cabelo e sinto que vai acontecer algo, já está acontecendo, vejo a melhoria dela [Helô] e eu tenho fé que vai dar certo”, concluiu Rute.

Rute Costa: Um cabelo é só vaidade. Cabelos crescem e era esse o desejo que eu tinha em meu coração

Ao chegar em casa, no dia seguinte, Meire teve uma surpresa. “Eu quase morri do coração. Elas são muito corajosas. Eu não fiz isso e vejo minha filha fazer, é só amor de irmão mesmo para explicar”, disse a mãe, emocionada, à reportagem.

A atitude das jovens surpreendeu e encheu o coração da pequena Helô de esperança, que mesmo com algumas limitações físicas – devido à doença – amava fazer carinho e emaranhar os dedos nos cachos da irmã mais velha. “Quando Helô me viu ela abriu um bocão, começou a rir, e tenho a certeza que ela entendeu que esse ato foi por amor a ela, pela sua cura, pelo seu milagre”, completou Bia.

Bia e Helô: uma história de amor incondicional entre irmãs

Os cabelos da adolescentes foram doados para mulheres de Lucas do Rio Verde. A história de Heloísa já foi contada pelo LIVRE em outras ocasiões. Na primeira reportagem, Meire falou da batalha de sua pequena em uma matéria de Dia das Mães.

Em outra ocasião, o LIVRE fez uma campanhaconseguiu uma bota ortopédica para Helô, e hoje ela já consegue ficar em pé com a ajuda do equipamento.

“Muitas vezes a gente menospreza a luta dessas pessoas. Mas nesse mundo tão violento, tão mau, é muito bom a gente demonstrar compaixão e amor ao próximo. Quero dizer que ainda há amor nesse mundo, mesmo em meio à escuridão”, finalizou Bia.

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