Elder Moreira de Lima, 35 anos, estava desaparecido desde o domingo (10), Dia das Mães. Nessa terça-feira (12), a história por trás de seu assassinato veio à tona: ele foi morto por seu próprio filho, um adolescente de apenas 16 anos.
O corpo foi encontrado pela Polícia Judiciária Civil, em Paranatinga (380 km de Cuiabá). Apenas os pés estavam para fora da cova.
A Polícia descobriu o local onde ele foi enterrado por volta das 18 horas da segunda-feira (11). Os fundos de um lote na Rua 17 de Dezembro, no centro de Paranatinga.
Foi por meio de uma denúncia por telefone. A pessoa que ligou desse: somente os pés estavam fora da terra.
Uma equipe foi até o terreno, isolou o local e acionou a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) de Primavera do Leste (240 km de Cuiabá).
Familiares chegaram rapidamente, visto que o homem que ali estava tinha nome, sobrenome e era procurado desde a noite anterior.
O corpo Elder foi retirado pela Politec e logo foi constatado que se tratava de um homicídio. Ele tinha várias perfurações de faca. No local, um chip de celular foi encontrado e entregue para a perícia.
Quem matou Elder?
A Polícia Judiciária Civil deu início às investigações não demorou até identificar que o filho de Elder tinha sido a última pessoa a falar com ele, antes do desaparecimento.
Em seguida, a polícia também descobriu que o adolescente estava envolvido com venda de drogas na região e teria pegado com o pai uma certa quantia de entorpecentes para revender, mas não tinha o pagado.
Segundo a Polícia, na noite do domingo, Elder teria procurado o filho para receber o valor e o adolescente teria resolvido matar o pai para não pagar a dívida.
Na segunda-feira, ao saber que o corpo tinha sido localizado, que sua mãe e um amigo haviam prestado depoimento e que a polícia estava chegando a ele, o adolescente resolveu se entregar.
Ele ligou para a polícia via 190 e disse onde estava. O adolescente foi encontrado com um arranhão no pescoço, possivelmente devido à luta corporal com o pai durante o assassinato. Detido, ele confessou o homicídio.
Planejamento e execução
Quando preso, o adolescente contou sua própria versão acerca do motivo do assassinato. Segundo o relato dele à Polícia Militar, o pai o havia pedido para arrumar uma arma de fogo e, em troca, lhe ofereceu drogas.
Ele afirma ter sido ameaçado: se não arrumasse a arma, seria agredido e levaria um “salve”.
O rapaz disse ainda que as ameças do pai eram constantes e que, por isso, no domingo deu início ao planejamento e à preparação para matá-lo.
Às 18 horas, ele foi até a casa do pai e o chamou dizendo que tinha conseguido a arma. Com isso, levou a vítima até o local do crime, a Rua 17 de Dezembro. Lá, disse que a arma estava dentro de uma sacola.
Quando o pai se abaixou para pegar, recebeu o primeiro golpe de faca no tórax. Ele chegou a tentar reagir, mas não houve tempo.
O filho colocou as pernas no peito dele e deu cerca de 10 facadas em Elder, até matá-lo.
Mas o rapaz não enterrou o corpo imediatamente. Esperou até a madrugada da segunda-feira (11). Foi por volta das 2 horas que ele tentou ocultar o crime.
O adolescente já foi ouvido pelo delegado Flávio Souza Braga. Ele responderá por destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele e homicídio mediante a traição, emboscada ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou impeça a defesa da vítima.
