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Hospital Júlio Müller nega que serviços estejam comprometidos e diz que vai esclarecer ao MPF

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Hospital Júlio Müller nega que serviços estejam comprometidos e diz que vai esclarecer ao MPF
(Foto: Ednilson Aguiar/ O Livre)

A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, estatal que faz a gestão do Hospital Universitário Júlio Müller, em Cuiabá, recebeu recomendação do Ministério Público Federal (MPF) para regularizar o quadro de funcionários na unidade, uma vez que a baixa de funcionários estaria prejudicando o atendimento à população. A empresa hospitalar, porém, nega que os serviços estejam comprometidos e afirma que vai esclarecer os fatos ao MPF.

Já faz mais de um mês que as famílias encontram o Pronto-Atendimento do HUJM fechado. Conforme o LIVRE divulgou, a medida foi tomada pela direção em razão da necessidade de priorizar atendimento em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

Superintendente do hospital à época, o médico Hildevaldo Monteiro Fortes explicou que a unidade médica recebeu diversos pedidos de aposentadoria nos últimos anos. Por isso, sofreu grande baixa no quadro de funcionários.

De acordo com Fortes, apenas em 2017 foram 80 aposentadorias. Já no mês de agosto deste ano foram outras 20. Além desses, outros 25 funcionários estavam de licença por motivos diversos. Conforme o superintendente, as equipes conseguiram manter o atendimento por certo período, revezando-se para garantir os casos prioritários. No entanto, desde agosto a situação se agravou.

Recomendação do MPF

Na sexta-feira (5), o MPF expediu recomendação à empresa que administra o hospital, para que providências sejam adotadas, a fim de assegurar o pleno funcionamento. A medida foi tomada depois que, durante processo preparatório, a procuradoria soube da falta de profissionais, a qual classificou como uma “situação crônica”.

A recomendação considerou que o contrato entre a instituição e a estatal prevê o atendimento à população e o apoio ao ensino, à pesquisa e à extensão do ensino-aprendizagem. Entretanto, conforme o MPF, a ausência dos médicos estariam prejudicando não apenas a população, mas também os universitários que estagiam na unidade.

No procedimento, o MPF apontou que diversas alas do Hospital Júlio Müller estariam com carência de profissionais, sendo algumas delas a UPA infantil, as UTIs adulto e Neonatal, o setor de Clínica Médica e Pediátrica, e serviços como cardiologia e anestesiologia.

O MPF observou que, por se tratar de um recurso finito, é preciso que o Serviço Único de Saúde (SUS) preste serviço de qualidade e eficiente, recomendando, portanto, que a gestora regularize a situação. À estatal, foi recomendada a reavaliação do quadro de pessoal e a revisão dos aprovados em concurso para o HUJM, de forma a atender a demanda da unidade.

Administração nega

Ao LIVRE, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares disse que “não é verdadeira a afirmação de que vários serviços estão comprometidos por falta de pessoal”. Ainda, informou que foram contratados mais de 422 profissionais, entre médicos, enfermeiros, técnicos e pessoal para o setor administrativo. Conforme a gestora, atualmente, 800 servidores compõem o quadro de funcionários do Hospital Júlio Müller.

Apesar disso, a administração confirmou que há dificuldades para o funcionamento do Pronto Atendimento Infantil, conforme já havia esclarecido em entrevista anterior. Ainda, a Ebserh disse que vai esclarecer as informações ao MPF e responder aos questionamentos que forem apontados.

Confira a nota enviada ao LIVRE:

O Hospital Universitário Júlio Muller e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) esclarecem que não é verdadeira a afirmação de que vários serviços estão comprometidos por falta de pessoal no Hospital Universitário Júlio Muller. A estatal ressalta que desde que assumiu a gestão da unidade contratou mais 422 profissionais das áreas médica, assistencial e administrativa. Hoje, a unidade conta com 800 entre servidores e empregados públicos.

Atualmente, o setor que está com dificuldades é o Pronto Atendimento Infantil, por conta da aposentadoria e saída de alguns profissionais. A gestão do hospital e a sede da Ebserh estão em contato visando encontrar soluções para o assunto.
Cabe ainda ressaltar que a Ebserh vai esclarecer todas as informações ao Ministério Público Federal e responder aos questionamentos apresentados.

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