Setenta reais teria sido o valor pelo qual Cristopher Andres Romero Irala, de 27 anos, vendeu o celular da universitária mato-grossense Érika de Lima Corte, de 29 anos, a fim de se livrar do objeto. A jovem, que estudava medicina em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, foi morta na madrugada do dia 20 de agosto, dentro de casa.
De acordo com o Ministério Público, o telefone da jovem foi encontrado na cidade de Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul, que é divisa com o Paraguai. O rapaz foi levado para prestar depoimento aos investigadores e teria informado que comprou o celular do suspeito Cristopher em uma festa.
Conforme o G1 de Mato Grosso do Sul, o rapaz informou que Cristopher chegou na mesma roda de amigos por volta das 23h, na noite do crime (19 de agosto), e já teria oferecido o celular. Ele disse ter pago cerca de 100 mil guaranis, o equivalente a R$ 71. Após prestar depoimento, o rapaz foi liberado. O celular, por sua vez, foi confiscado para perícia.
Segundo as informações, o telefone acabou sendo reiniciado e, por isso, recuperar mensagens de WhatsApp foi considerada uma tarefa difícil. Conforme o portal de notícias, porém, o Ministério Público do Paraguai teria solicitado a quebra de sigilo para analisar as chamadas do telefone.
O caso
Erika de Lima Corte tinha 29 anos e era do município de Pontal do Araguaia (490 km de Cuiabá). Filha do ex-prefeito do município, Raniel Corte, e da ex-secretária municipal de Educação, Marleide de Lima Corte, estudava o segundo ano de Medicina na cidade de Pedro Juan Caballero, no Paraguai.
A estudante foi encontrada morta dentro de casa pela colega de quarto, também brasileira, na madrugada do dia 20 de agosto. Conforme as informações, foram encontrados 19 sinais de facas, sendo que duas perfurações teriam sido mais profundas.
Na cena do crime, muito sangue foi encontrado. O corpo da estudante estava com a cabeça escondida por um pano branco. Havia sinais de que ela também teria sido arrastada.
Outras informações dão conta de que uma peça íntima foi encontrada perto do corpo. O objeto levantou a suspeita de que ela também poderia ter sido vítima de estupro. O rosto da vítima também estava coberto por um lençol e seu celular não foi localizado.
O corpo de Érika foi trazido para Pontal do Araguaia e velado no dia 22.
Prisão de um suspeito
Segundo informou o jornal Concepción Al Dia, na madrugada do dia 22 foi preso o principal suspeito pela morte da mato-grossense. Cristopher Andrés Romero Irala, de 27 anos, atuava como eletricista e já teria prestado serviço tanto para a brasileira quanto para a dona do apartamento onde a jovem morava.
Cristopher foi preso por volta das 4h20 depois de deixar o apartamento de seu irmão, na cidade de Concepción, distante cerca de 215 quilômetros da fronteira entre Paraguai e Mato Grosso do Sul. Para a polícia, ele tentava fugir.
Segundo relato da proprietária do apartamento em que a brasileira morava, Cristopher esteve na região momentos antes do crime. Conforme relatou a polícia, ela possui uma mercearia na mesma rua e lá o suspeito teria comprado um sorvete. Um pote semelhante ao levado pelo suspeito foi encontrado pela polícia na cena do crime. Cristopher também usava um mesmo boné verde, com o qual foi filmado próximo a casa da brasileira.
O suspeito foi ouvido pelo Ministério Público e denunciado no mesmo dia. Na oitiva, ele preferiu ficar em silêncio.
