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Acuados, lojistas do calçadão gastam em média R$ 3 mil com segurança particular

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Acuados, lojistas do calçadão gastam em média R$ 3 mil com segurança particular

Apenas 230 metros separam a Vinicius Joias da 1ª Companhia da Polícia Militar do Centro Histórico, no Centro Norte de Cuiabá. A distância mínima, que pode ser percorrida em 3 minutos a pé, não assusta os assaltantes que atuam na região central da cidade, principalmente no Calçadão da rua Ricardo Franco, onde o empresário Flávio Faria Ribeiro, 44, foi baleado na última sexta-feira (04).

Flávio, que é proprietário da Vinícius Joias, reagiu a um assalto e foi atingido por dois tiros. A exemplo de outros colegas lojistas, o empresário baleado gasta em média R$ 3 mil com segurança patrimonial. Eles dizem que, apesar da proximidade, a base da PM não consegue inviabilizar a ação dos bandidos.

“Quando acontece algo como aconteceu com o Flávio sempre aparece polícia, e quando não tem nada nós ficamos jogadas às traças, mas continua perigoso”, diz o comerciante Reinaldo Aguiar, de 40 anos, que possui uma joalheria no calçadão. Ele diz que os empresários contratam segurança separadamente, mas que a maioria gasta em média R$ 3 mil.

“É sempre aquele cuidado, sempre que nós abrimos as portas nós estamos esperando o pior”, diz ele, que completou dois anos gerenciando uma joalheria no calçadão. A 1ª Companhia do Centro Histórico foi criada justamente para tentar evitar tais ocorrências. Localizada na rua 7 de setembro, a base é subordinada ao 1º Batalhão, no Porto.

Lojistas temem que a falta de segurança afugente os clientes (Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

Uma funcionária que presenciou ao assalto da sexta-feira e que não quis se identificar contou ao LIVRE que a situação chegou a ser pior antes da criação da companhia, mas que a segurança na região ainda não é o ideal. Segundo ela, as ações ostensivas tem sido sazonais, concentradas principalmente nos finais de ano.

“Se você não pagar uma segurança particular você não tem segurança, eles passam no máximo uma vez ao dia, não é algo constante”, contou. “Ontem mesmo alguns usuários de drogas arrombaram um escritório de advocacia ali na rua Pedro Celestino”, relembrou ela.

O medo faz parte da rotina dos lojistas: portas trancadas, vidros blindados, câmeras de segurança e alarmes acompanham o olhar cuidadoso dos seguranças que ficam em frente das diversas lojas. As joalherias, cujo estoque normalmente “dorme” no estabelecimento, são as mais visadas.

“O que mais me preocupa é que isso afasta os clientes, muitas pessoas preferem ir no shopping do que vir para cá, nós tentamos mudar o estigma do centro histórico como algo ruim, algo perigoso, mas é difícil”, explica Carmem Lúcia, de 36 anos, vendedora que também trabalha há dois anos em uma fabricante de joias da rua Ricardo Franco.

Outro lado

A reportagem procurou a assessoria de imprensa da Polícia Militar para comentar as declarações dos comerciantes e para apresentar dados de ocorrências de roubos e furtos na região, mas até o fechamento desta matéria não obtivemos respostas.

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