Imagine a cena: uma criança segue para a escola e, desatenta, atravessa a rua sem olhar para os lados. Na direção oposta, um carro ou motocicleta segue em alta velocidade. Sem uma lombada que obrigue o motorista a andar mais devagar, um acidente pode ocorrer a qualquer momento.
Essa é a realidade da rua em frente à Escola Estadual Dr. Mário Castro, no Bairro Pedra 90. A escola tem mais de 20 anos e atende 1,7 mil alunos do ensino fundamental, médio e EJA.
Nesta semana, os moradores da região se reuniram para contar à reportagem do LIVRE os incidentes já registrados: carro que parou a centímetros de distância de alunos; batidas; estudantes atropelados.
A situação já foi denunciada à Prefeitura antes da pandemia, segundo o corpo docente. Para amenizar a situação, uma faixa de pedestre foi feita na frente da unidade há cerca de um ano.
O maior perigo, segundo a secretária pedagógica Rosemari Grubert, é para as crianças. “Às vezes elas vêm desatentas e cruzam a rua sem o devido cuidado. Já aconteceu casos de acidentes envolvendo alunos do fundamental, mas nada muito grave. O que não tira o perigo de que possa acontecer um acidente pior a qualquer momento”, diz.
Relatos
As amigas Eliza Vitória, 13, e Ana Eliza, 14, estudam na escola. Segundo elas, a circulação de carros e motos na avenida é constante e, por vezes, em alta velocidade.
“Já aconteceu de ter que sair professor de lá de dentro e pedir para os carros pararem para gente poder atravessar”, conta uma delas.
Maria Auxiliadora é mãe de um dos alunos. Ela ressalta a necessidade da lombada para evitar a alta velocidade de motoristas e pilotos de moto.
“É muito perigoso porque eles correm muito nessa rua. Já vi acidente que, por pouco, não foi pior”, conta, citando uma ocorrência em que uma aluna teve escoriações leves.
A cabeleireira Araci Luz, 65, mora a poucos metros da escola. Segundo ela, os acidentes na rua são constantes. “Já vi muita batida aqui: carro e moto; moto e carro. Nessas esquinas aqui é muito frequente”.
A escola deve trocar de prédio em breve. Uma nova sede foi construída no mesmo bairro, mas ainda não há data para a mudança. O problema é que a nova rua também não possui nenhuma lombada.
O que diz a Prefeitura?
A reportagem do LIVRE entrou em contato com a Prefeitura de Cuiabá, que ainda não se pronunciou. O espaço continua aberto para manifestação.