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A nossa Torre de Babel

2 minutos de leitura
A nossa Torre de Babel
(Foto: Anja🤗#helpinghands #solidarity#stays healthy🙏 por Pixabay)

Eu penso que uma das maiores dores do ser humano é não conseguir uma tradução para os seus sentimentos, não conseguir se comunicar com eles. Aquela dor comprimida no peito que parece não ter explicação.

Para colocar de outra forma essa questão deveras subjetiva, imagine a seguinte situação.

Você fez uma viagem para um país com o idioma completamente desconhecido. Pense o quanto seria difícil perguntar por informações simples, o sentimento de impotência em não poder se comunicar, entender e se fazer entendido. Se você já passou por isso, sabe bem do que se trata.

Tive essa experiência em uma lavanderia em Paris. A duras penas eu e minha mãe estávamos conseguindo lavar nossas roupas, quando uma senhora francesa veio pedir ajuda. Ela não falava inglês, e o meu francês era zero, junto com o da minha mãe: então ficamos assim.

Minha mãe bravamente continuou tentando ajuda-la através de sinais enquanto eu frustrado já tinha desistido.

Agora, nessa mesma viagem, imagine você encontrar um brasileiro, é sério, é uma alegria muito grande poder falar sua língua mãe em meio a tantas conversas incompreensíveis. Ainda mais se você estiver passando por uma situação de tensão.

Em uma outra viagem, eu e meus pais aterrissamos em Miami e estávamos na fila da alfândega. Mesmo estando com todos os documentos necessários, não deixa de ser um momento tenso entrar em solo americano, ainda mais eu tendo a função de “tradutor” oficial da família.

Bom, quando chegou nossa vez, lembro que meu pai foi na frente e disse antes para mim que se tivesse dificuldade, ele “me passava a bola”. Ok, eu estava pronto. Mas, nem foi preciso, porque, para a nossa alegria, o funcionário era brasileiro e fez as perguntas todas em português. Foi um imenso alívio!

Eu trouxe esses dois exemplos contrastantes da impotência e do alívio de ser compreendido na questão do idioma, mas o meu ponto aqui é outro. Penso que nós somos esses estrangeiros em relação as nossas dores, e o sentimento será de impotência ou de alívio dependendo da nossa capacidade de nos comunicarmos utilizando esse “idioma”.

O remédio disso tudo?

Literatura, música e poesia. Mas, isso é conversa para outro dia.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




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