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A grande lição da maternidade

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A grande lição da maternidade
Ilustrativa/Pixabay

“Eu quero que você estude naquela escola que prepara os alunos para o vestibular e tem a melhor nota do ENEM na região”, foi o que disse para o meu filho quando acabava o Fundamental 2.

Mesmo sem vontade, consegui arrastá-lo para a prova daquele colégio, que seleciona os alunos para o ingresso no ensino médio. Meu filho terminou o teste no menor tempo possível, porque não via o momento de sair daquele lugar. Ainda assim, foi aprovado.

Ele recebeu a notícia sem a menor empolgação. Quando chegou a hora de fazer a matrícula, a coisa piorou.

Comecei a vê-lo desanimado, sem empolgação para o ano escolar que se aproximava. Chegou a hora da conversa decisiva, quando perguntei o que o incomodava: “Não quero ir para aquela escola”, respondeu. “Serei infeliz. Detesto aquele ambiente competitivo”.

Aquilo foi um golpe para mim. O que fazer? Tomar a decisão pelo meu filho, mesmo sabendo que será infeliz? Ou deixar que faça sua escolha, mesmo sendo tão novo?

Tivemos uma série de conversas, brigas e desentendimentos. Ele sempre dava os argumentos para fortalecer seu ponto de vista. “Não terei meus amigos lá”, “Amo onde estudo agora”, “Não quero viver sob pressão”, “Eles só focam no conteúdo”, “Quero ir contente para o colégio”. Foram alguns de seus pontos.

Pensei. Repensei. Quis radicalizar e forçá-lo a mudar de escola. Recuei. Decidi que precisava respeitar sua opinião.

E aprendi a grande lição da maternidade: meu filho não é a extensão dos meus sonhos. O que é bom para mim pode não ser para ele. Tenho que respeitá-lo como um ser humano independente, que tem seu próprio gosto e opinião.

Hoje, com ele no fim do ensino médio, pergunto: será que foi a decisão correta?

Ainda sinto que ele deveria ter ido para o colégio da minha preferência, onde poderia ter se aprofundado nos estudos.

Mas quando olho para ele, vejo algo diferente. Vejo um adolescente feliz, com muitos amigos e notas boas. Talvez precise fazer cursinho, porque a escola não preparava para o vestibular do Brasil? Sim. Mas ele tem algo que provavelmente dispense muitos anos de terapia: a autoestima intacta. Nunca se sentiu o pior ou o mais burro da escola. E, quem sabe, este não seja o grande segredo de todos. Afinal, se temos autoconfiança, não há limite para os nossos sonhos.

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