A pandemia está mudando a dinâmica das coisas, as empresas se viram obrigadas da noite para o dia a ampliarem a utilização de tecnologias para suas reuniões, e para consolidar seus negócios e assim sobreviverem. Nesta mesma linha as sessões do legislativo em âmbito municipal, estadual e federal também estão sendo feitas digitalmente.

Vale observar, que no mês de abril de 2020, a presidência da República sancionou uma lei que permite no Brasil a Telemedicina, em quaisquer áreas da medicina neste período excepcional de pandemia. Ou seja, está regulamentado o atendimento médico a distância. Os exemplos acima deixam claro que os processos estão se modificando, e com a educação não seria diferente.

Diante do cenário caótico que a pandemia nos impôs, a rede escolar pública e privada precisa cumprir seu papel imprescindível: levar a escola até os lares. Agora através do ensino domiciliar, conhecido como EDD (Ensino Doméstico à Distância). As instituições de ensino são fundamentais para o desenvolvimento dos nossos filhos, em meio ao momento histórico que a comunidade escolar está vivendo, nós, professores, estamos tentando, com todas as nossas forças, fazer o nosso trabalho com qualidade, cumprindo o conteúdo programático, e ensinando que é o nosso dever de ofício.

Você leitor poderia dizer que o conteúdo escolar não é essencial em um cenário onde corremos risco de vida, concordo plenamente, mas o mundo está conectado para atender as demandas sociais, e a educação é uma das mais importantes demandas. A internet das coisas é uma realidade, e não só podemos como devemos aproveita-la na educação nesse momento conturbado, pois é a única saída viável.

As escolas e os professores fazem o máximo para levarem até nossos filhos o conteúdo, e objetivo não é justificar a cobrança de mensalidade no caso das instituições privadas, e sim, cumprirem seu papel na sociedade, mesmo que para isso sejam feitas adaptações momentâneas. Fica evidente as dificuldades imensas, porque não somos e não pretendemos galgar a profissão de Youtubers, nossa função não é levar entretenimento e sim educação, agora tenha certeza que nenhum professor deixou de lado a sua preocupação com a qualidade no ensino. Deve-se frisar que não é correto comparar o professor em sala, com o professor em um vídeo pois os cenários são diferentes.

Hoje vemos famílias “desesperadas” com a função de supervisionar o efetivo acompanhamento do conteúdo escolar de seus filhos, muitos estão percebendo como é difícil levar instrução educacional para crianças, jovens e adultos. Nesta ótica, ao invés de simplesmente desqualificar o professor, e colocar a culpa nas instituições de ensino, sugiro aos pais que estimulem a autonomia dos seus filhos, se aproximem deles para dar o suporte, pois, assim, contribuirão para o crescimento intelectual do seu bem maior, o seu filho.

Mas se você entender que a escola não está fazendo o máximo permitido neste momento excepcional em que vivemos, procure a direção pedagógica e estabeleça um diálogo franco e honesto sobre os reais motivos da falta de aprendizagem, busque entender se há alguma perspectiva de planejamento e de adequações como revisões. Agora, é leviano afirmar que nós professores estamos fingindo ensinar, porque temos ido além, estamos nos readaptando na forma de ministrar o conteúdo, aprendendo novas ferramentas as quais não estávamos acostumados, isso tudo para levar uma educação de qualidade para aqueles que representam o nosso futuro, os nossos filhos e filhas.

FRANKES MARCIO BATISTA SIQUEIRA. Doutor em Cultura contemporânea e professor.

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