Ser feliz é bom, mas ter razão é muito melhor! Há pelo menos duas décadas, eu enfrento a acusação de que a pejorativamente chamada de “Bancada da Bala” só existia por força das doações de campanhas feitas pela indústria nacional de armas e munições. Acusação que, qualquer análise minimamente criteriosa, levando-se em conta o quanto custa (ou custava) eleger um deputado federal ou um senador, cai por terra. A única razão da existência dessa tese era com o objetivo de desqualificar os deputados e senadores da Bancada por meio da ideia de que defendiam o que defendiam única e exclusivamente por interesse pelo dinheiro para financiar suas campanhas.

Com o fim da possibilidade de financiamento de campanha por empresas, cheguei a ouvir em um dos corredores do congresso, um certo deputado carioca comemorando o que seria o fim da “Bancada da Bala” e de outras bancadas conservadoras. Dei-lhe um tapinha nas costas e apostei que seria exatamente o oposto:  a impossibilidade de vincular deputados e senadores à indústria fortaleceria a defesa da posse e do porte de armas para o cidadão comum. Bom, foi exatamente o que aconteceu. Dei uma analisada nos deputados eleitos e, mesmo não conhecendo o posicionamento de vários deles sobre o tema, digo sem medo que a nossa bancada no mínimo duplicou e agora segue sem a pecha de receberem financiamento das indústrias de armas e/ou terem sido eleitos por conta dessa vinculação. Sendo assim, a bancada não só chega muito maior, chega com muita mais representatividade, independência e força!

Aproveitando, faço aqui uma correção importante sobre a definição do que é a “Bancada da Bala”. Até hoje, como dito em uma reportagem feita pelo site Congresso Em Foco, esse grupo de parlamentares é erroneamente identificado, mostrando sua formação como única e exclusivamente advindas dos quadros da segurança pública. Assim, deste jeito, o deputado Rogério Peninha, autor do PL 3722/12 – que revoga o malfadado Estatuto do Desarmamento e cria uma nova legislação que garante o direito de defesa ao cidadão – não está na lista. Da mesma forma como o senador eleito Flávio Bolsonaro e os deputados federais Carlos Jordy, Kim Kataguiri e Joice Hasselmann entre outros tantos também não figuram na lista da tal bancada, mas apoiam incondicionalmente o direito à posse e ao porte de armas para o cidadão. Por outro lado, o deputado subtenente Gonzaga figura na lista, mas é contrário às armas nas mãos da população… É um daqueles que acham que possuem direito divino à legítima defesa simplesmente por usar uma farda.

O ano de 2018 – como foi o de 2005 – está sendo um ano insuportável para os desarmamentistas, esses, sim, financiados e apoiados por ONGs milionárias, pela grande mídia e pelos milhões do bilionário George Soros. Se em 2005 perderam a bandeira de “o povo quer o desarmamento”, nesta eleição perderam mais um dos seus histéricos jargões, o de “financiado pelo lobby das indústrias”. A próxima legislatura promete combates históricos no Congresso sobre o tema, mas não pensem que será fácil. Há, ainda, um longo caminho a ser percorrido, caminho este que comecei a trilhar há mais de vinte anos atrás, época em que muitos diziam ser uma loucura. Bom… aí está o resultado.

 

Bene Barbosa é especialista em segurança, escritor, presidente do Movimento Viva Brasil, palestrante e autor do best-seller Mentiram Para Mim Sobre o Desarmamento.

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