Fenômeno mundial do xadrez, o brasileiro Henrique Costa Mecking, que ficou conhecido como “Mequinho”, entrou para a história como o melhor jogador brasileiro de xadrez de todos os tempos.
Mequinho também chegou a ser consagrado o terceiro melhor jogador de xadrez do mundo, pelo ranking da Federação Internacional de Xadrez (FIDE), em 1978, atrás apenas dos russos Anatoly Karpov e Viktor Korchnoi. Mequinho venceu dois Torneios Interzonais, que classificavam para o Torneio de Candidatos, o primeiro em 1973, em Petrópolis, Rio de Janeiro, e o segundo em 1976, em Manila, nas Filipinas.
Mequinho parou de jogar no auge de sua carreira, quando foi diagnosticado com miastenia grave, uma doença que prejudica o controle da musculatura. Anos depois, Mequinho volta às competições e ao mundo do xadrez com novo fôlego, depois de uma longa recuperação que ele atribui à religiosidade.
Hoje com 66 anos, Mequinho esteve em Cuiabá para o VII Federal Master Chess, torneio de xadrez organizado pela Federal Chess na Capital de Mato Grosso. Mequinho deu palestra e jogou partidas simultâneas contra enxadristas locais – fascinados com a genialidade do multicampeão.
Em entrevista exclusiva ao LIVRE, ele falou um pouco sobre crenças, xadrez, educação e visões políticas que carrega consigo desde os tempos em que competia.
1 – Como era sua relação com os rivais soviéticos?
Mequinho – Eles eram muito restritos, talvez por causa do governo [ditadura comunista]. Mas na então União Soviética o xadrez era o esporte número um, na época. Para eles o xadrez era o máximo.
2 – O xadrez perdeu espaço para os games?
Mequinho – Essas coisas apareceram, mas nunca tiram o brilho do xadrez. Hoje a internet está é ajudando a divulgar o xadrez.
3 – O xadrez tem importância para a educação?
Mequinho – Total! O xadrez é esporte, arte e ciência. Se você der um jogo de xadrez para uma criança, você a afasta até mesmo do crime. O xadrez ensina a pensar e a tomar decisões, boas decisões.
4 – Você pretende ensinar xadrez para mais pessoas?
Mequinho – Olha, acho que não, mas isso vamos ver. Eu estou agora aguardando, eu vou jogar em Londrina, agora no mês que vem, e pretendo continuar em algumas competições.
5 – Você teve uma grave doença e ficou anos sem jogar. A religião foi importante na sua reabilitação?
Mequinho – Sim, Jesus salvou minha vida e fez maravilhas incríveis. Minha saúde está melhor e sem dúvidas isso foi um milagre. Sou grato por tudo.