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292 assessores para três deputados; veja quanto custa (pra você) a Mesa Diretora da ALMT

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292 assessores para três deputados; veja quanto custa (pra você) a Mesa Diretora da ALMT
(Foto: Ednilson Aguiar/ O Livre)

Quatro estruturas diferentes que somam 172 servidores contratados e/ou concursados, ao custo mensal de R$ 643,1 mil. Essa é a presidência da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), comandada pelo deputado estadual Eduardo Botelho (DEM).

Os dados são do Portal da Transparência do próprio Parlamento. E engana-se quem pensa que tamanho “batalhão” de pessoas trabalha para todos os sete cargos que compõem a Mesa Diretora.

Esses servidores, conforme descreve o próprio lotacionograma da ALMT – o LIVRE usou o documento emitido no mês de agosto como referência – atendem somente a Eduardo Botelho.

Para se ter uma ideia, a presidência da Câmara dos Deputados, hoje ocupada pelo deputado federal Rodrigo Maia, tem direito a contratar “apenas” 47 assessores.

Janaina Riva (MDB), primeira vice-presidente, tem disponíveis para si mais 36 pessoas, ao custo mensal de R$ 177,3 mil.

Max Russi (PSB), primeiro-secretário, outras 84, com salários que somam R$ 345,5 mil por mês.

E estes são só os três principais cargos da equipe de deputados que comanda o Legislativo.

Na “Secretaria Parlamentar da Mesa Diretora” há mais 107 servidores recebendo, mensalmente, um total de R$ 765,1 mil.

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A estrutura de Eduardo Botelho

No caso do presidente Eduardo Botelho, a maior parte dos servidores atua na própria presidência. São 75 “assessores parlamentares” com salários que variam de R$ 1 mil a R$ 12,8 mil mensais.

Ainda de acordo com o lotacionograma de agosto, outras 30 pessoas trabalham na “assessoria da Presidência”. Custam R$ 145,9 mil por mês.

Mais 34 estão lotadas no “gabinete da Presidência”, consumindo mensalmente R$ 132,3 mil.

E ainda há os que trabalham para Eduardo Botelho no “gabinete do deputado”. São 33, com salários que somam R$ 96,6 mil.

O valor em dinheiro pode ser ainda maior. Nos documentos analisados pela reportagem, cinco desses servidores não tinham os salários informados. São funcionários de outros órgãos públicos que, conforme o demonstrativo, estão “à disposição da ALMT”.

Considerando a estrutura como um todo, a maior parte dessas pessoas ganha até R$ 3 mil por mês como remuneração. Mas alguns salários chegam à marca dos R$ 15 mil. São pagos a uma classe específica de “técnicos legislativos de nível superior”.

A estrutura de Janaina Riva

Vice-presidente da Mesa Diretora, a deputada Janaina Riva é quem tem a estrutura mais “enxuta”. Mantém 14 pessoas trabalhando diretamente na vice-presidência, ao custo mensal de R$ 34,9 mil e outras 22 em seu gabinete, o que consome mais R$ 142,4 mil por mês.

Desses funcionários, 11 ganham menos de R$ 2 mil como remuneração pelos seus serviços, mas a média salarial é maior que isso. Catorze deles recebem pagamentos que variam de R$ 7 mil a R$ 15 mil.

Janaina também tem à sua disposição duas pessoas cedidas por outros órgãos públicos.

A estrutura de Max Russi

No cargo de ordenador de despesas da Assembleia Legislativa, Max Russi emprega 52 pessoas na Primeira Secretaria, o que representa um gasto mensal de R$ 225,5 mil e outras 32 em seu gabinete de deputado. Mais R$ 119,9 mil.

A maior parte dessas pessoas – 47 delas – ganha salários que não chegam a R$ 2 mil mensais. Enquanto isso, outras 12 compartilham remunerações que variam de R$ 9 mil a R$ 12 mil. Há ainda seis funcionários que recebem entre R$ 7 mil e R$ 9 mil.

 A Secretaria Parlamentar da Mesa Diretora

Comandada pelo ex-deputado estadual José Domingos Fraga (PSD), que não tentou a reeleição em 2018, a Secretaria Parlamentar da Mesa Diretora conta com “consultores técnicos”, “consultores legislativos”, “assessores adjuntos”, “assistentes”.

Isso sem falar nos técnicos legislativos – um de nível fundamental, 11 de nível médio e 19 de nível superior –, estes últimos concursados.

Os menores salários são pagos aos únicos dois “assessores parlamentares” que atuam na Secretaria. Algo em torno de R$ 2 mil mensais.

O maior é o do próprio José Domingos Fraga, cerca de R$ 18 mil, seguido de alguns técnicos legislativos de nível superior, que recebem pouco mais de R$ 15 mil, e dos consultores de comissão permanente e legislativo da Mesa Diretora, que são remunerados em aproximadamente R$ 13 mil mensais.

E não é só isso…

De acordo com o lotacionograma de agosto, a Segunda Vice-Presidência, comandada pelo deputado João Batista (Pros), tem sete servidores.

E há funcionários lotados ainda nas segunda e quarta secretarias, cargos da Mesa Diretora ocupados, respectivamente, pelos deputados Valdir Barranco (PT) e Paulo Araújo (PP).

Essas duas estruturas somam duas pessoas. Mais especificamente, dois chefes de gabinete. Sim, chefes sem equipe para comandar.

O que dizem os deputados?

O LIVRE perguntou às assessorias da Assembleia Legislativa de Mato Grosso e também dos deputados Eduardo Botelho, Max Russi e Janaina Riva, que tipo de atividades esses funcionários exercem, se todos trabalham dentro do prédio que abriga o Parlamento e o que justifica tamanha quantidade de pessoas.

Até o momento, não recebeu respostas. O espaço continua aberto a manifestações.

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