Um levantamento realizado pelo Ministério Público Estadual (MP) junto aos Cartórios de Registro Civil identificou que 266 pessoas morreram em território mato-grossense entre os dias 28 de fevereiro e 27 de abril vítimas de síndrome respiratória aguda (SRAG).
Os números foram comparados com dados oficiais de infectados pelo novo coronavírus no Estado – 256 casos e 11 mortes, segundo o último boletim da secretaria estadual de Saúde – e, para o Ministério Público, a discrepância entre eles aponta para um atraso no resultado dos exames ou mesmo a falta de testes para covid-19 em Mato Grosso.
Mas afinal, o que é uma síndrome respiratória aguda?
De acordo com o médico pneumologista Lucas Bello, trata-se de uma doença respiratória que pode ser causada por vários tipos de infecção. As mais comuns são as gripes e as pneumonias.
“Existe um leque enorme de infecções virais e infecções bacterianas que podem resultar nisso”, ele sustenta.
Conforme o especialista, a covid-19 faz parte da lista de doenças. E os casos de óbito em que o coronavírus é considerado “suspeito” têm inflado as estatísticas, mas sem um diagnóstico definitivo.
“A covid-19 é uma das doenças que pode causar uma síndrome respiratória aguda, mas as duas coisas não são sinônimas”, ele ressalta.
Para o procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges, as informações relativas à pandemia da covid-19 no Brasil e em Mato Grosso também não estão claras. Justamente por isso, o Ministério Público Estadual tem feito levantamentos estatísticos próprios.
Além do número de mortes causadas pela SRAG, a instituição já compilou dados sobre a evolução dos casos e óbitos por Covid-19 junto à Central de Informações do Registro Civil – CRC Nacional, Fiocruz e os boletins diários da Secretaria de Estado de Saúde.
(Com Assessoria)