Peso, idade, comorbidades e até mesmo a genética do paciente são alguns dos fatores que devem ser levados em conta antes de prescrever um medicamento. No entanto, uma em cada 10 prescrições terminam em internações hospitalares. O motivo? Não são consideradas as individualidades do paciente.
Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS), de acordo com o professor Moacyr Luiz Aizenstein, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP).
“Cada paciente interage com o medicamento de uma forma diferente. Isso vai além de suas características fisiológicas, como peso e idade; diz respeito também à sua genética. Portanto, podemos ter pessoas igualmente saudáveis que não vão se comportar do mesmo jeito”, ele explica.
Ainda de acordo com ele, estima-se que 40% dos medicamentos não são adequados às particularidades de alguns indivíduos. Aizenstein afirma que as prescrições equivocadas não necessariamente trarão problemas ao paciente, “mas podem não trazer o benefício que se esperava”.
Para ajudar a mudar este quadro, Aizenstein ministra há mais de 10 anos um curso de extensão que aborda a prescrição farmacológica de forma abrangente e aprofundada. Trata-se de um curso voltado para médicos, dentistas, farmacêuticos e enfermeiros.
“É difícil obter em um só livro didático de farmacologia as influências de todos estes fatores nos efeitos dos medicamentos. Abordamos, portanto, informações sobre características fisiológicas e fisiopatológicas dos diferentes indivíduos e como isto pode alterar a resposta do organismo aos fármacos”, afirma. “E como são conceitos básicos da fisiopatologia do indivíduo, o material está sempre atualizado, já que lidamos com condições que a ciência já conhece”, complementa.
(Com Assessoria)